Saúde pra dar e vender!


DEZEMBRO DE 2009

Queridos todos,
O que seguirá a seguir são palavras! Estão surpresos? Espero que não, pois é desta matéria prima que são feitos nossos relatórios. E neste, que se iniciou, teremos relatos relatados por todos os Doutores Palhaços e seus hospitais de atuação. Será também um relatório natalino, ano novino, pois é chegada a época de rabanadas, peru, salada de batata, farofa, pavê, musse de maracujá, cidra, cerveja, refrigerante, amigo oculto, presente, lembrancinha, dívidas, sabonete novo, meia nova, contagem regressiva, fogos, pedidos, agradecimentos, promessas, dietas, metas, lentilhas, 7 uvas, 7 ondas, branco... E claro, as boas e velhas ressaca e azia que nos assolam no dia primeiro do ano que nasceu. Portanto queridos leitores e leitoras, Feliz leitura para vocês!


Os Gerais Adamastor e Cucaracha e seu HGB
Este é o nosso parágrafo! Este é o nosso parágrafo! Com vocês o parágrafo do Hospital Geral (Federal para os mais atualizados) Bem Sucedido (ou de Bonsucesso, o que é a mesma coisa).
Queridos e queridas, aqui estamos com tremenda alegria, tremendo de alegria… Depois da nossa memorável, carismática, emblemática, apresentação do Troca de Plantão no dia 11/11 às 11 horas da manhã. Coincidência? Hum!!! Tanto 11 junto só pode significar uma coisa: É! Eu também não faço idéia!!! Contamos com uma multidão na plateia, que foi em carinho e aplausos tão quente quanto o próprio dia, ou seja, muuuuuito quenteeee...
Nossos pacientes e amigos estavam lá! E se não acredita, pergunte pra Juliane, com seus óculos rosa de florzinhas, chiquerésimos! Ou para o nosso querido anticutuquento (sim, ele nos defende do terrível vírus ticutucus anonimus que assola a enfermaria B) – Eles acompanharam de perto tão notável acontecimento.
E não queríamos nos despedirmosnos sem antes agradecermosnos pelos biombosnos que foramnos emprestadosnos para a apresentação do Troca de Plantão dos dias 5 e 6 de dezembro! Adamastor e eu, Cucaracha, fomos escada acima e escada abaixo pelo prédio 4, do escritório do seu Maurício da engenharia, pro escritório da Dra Sandra, que estava em reunião, que vai falar com a Leila, que autoriza, que volta pro Maurício, que pergunta se pode, se tem lá no depósito, que tem só dois, que precisamos de quatro, que se empresta de outros lados, que sim, que pode, que liga, que retorna, que vem pegar, que quando, que na sexta, que na segunda, que devolve que dia, que a carta de que tirou, que a carta de que devolveu, que… Amigos, em tempo recorde, CONSEGUIMOSSSSSSSSS!!!! Os quatro biombos estavam lá, testemunhando tudo pra contar lá em Bonsucesso como foi o espetáculo!!! E testemunhando também o carinho com que fomos tratados neste ano todo por nossos queridos Bonsucedianos…Obrigados amigos!!!


IPPMG, HUPE e os Ernestos Ipepenses Shei-lá e Totó
É! Mais um ano se vai, e nesse momento festivo surgem, repentinamente, momentos de reflexão, e nas lembranças do meu ano profissional fui um médico-palhaço muito requisitado, tive a oportunidade de trabalhar em dois hospitais, o IPPMG e o HUPE - dois hospitais universitários! Minha memória que é tão enrolada quanto os cachos dos meus cabelos não me permite citar nomes de residentes, profissionais de tantas e tantas equipes que compõem cada um destes hospitais com seus setores, divisões, salas, consultórios e enfermarias, mas, permite lembrar-me do que é singular! Criança! Como estamos falando de hospitais pediátricos poderia ser redundante falar de criança, mas não é. Faz cinco anos que trabalho de palhaço em hospital, e até hoje me surpreende a força para brincar, a disponibilidade para a alegria, independente de circunstância, quadro ou delicadeza do momento. Como artista e palhaço desejo uma intervenção transgressora, e sempre que entro na enfermaria para atuar essa palavra – transgressão - é redimensionada. Como entender que é possível que alguém em meio a dor, e em alguns casos que atendemos é dor mesmo, possa assim que vê nossa figura reagir com cumplicidade e apontar uma história, ou rotina já desenvolvida e desta maneira nos convida a brincar? Foi um ano de despedidas, de ver alguns indo, e de uma certa maneira fica o consolo de imaginar um descanso da dureza que eles pegaram por aqui. Vi também residentes indo embora, me emociona quando entramos numa freqüência difícil e repentinamente nos tornamos confidentes, e algumas vezes isso se dá por palavras, questões pessoais, dúvidas fragilidades, sonhos e expectativas de alunos e profissionais que passam a ser tratados por um ser que esta ali para bagunçar. Quem sabe não é justamente um ponto de vista bagunçado que eles procuram? O tempo vai passando, vamos ganhando afinidades, criando códigos e de repente numa troca de olhar já estamos nos comunicando e dizendo muitas coisas sem nem dizer alguma palavra!
Festa! Nos hospitais tem festa para chuchu! De aniversário, despedida, boas vindas, de alguma realização, transplante que chega, casamento, promoção... Sorte sempre termos o que comemorar e mesmo que não houvesse, acho que inventaríamos! Esse ano ainda teve a Gripe Suína, que nos fez sumir das enfermarias - esclareço que isso foi uma orientação de todos os hospitais onde atuamos! O trabalho aumentando, a desinformação comendo solta, o estado de pânico na população, a máquina nem sempre funciona bem e o cobertor curto ou cobre a cabeça ou os pés, e meus amigos profissionais re-inventam suas maneiras de trabalhar, uns com bom humor, outros com melancolia e tem aqueles que, humanamente, não aguentam.
Queria contabilizar todas as vezes que ouvi ser gritada a expressão: Palhaço! Ou meu nome mesmo: Totó! Invariavelmente seguida de um abraço!
Bem... O ano não foi dos mais fáceis, mas valeu à pena! Tô indo de férias - praia, filho, mengão hexa e todas as obviedades possíveis. Espero recarregar as baterias e que 2010 venha com mais espetáculos, palhaços nas enfermarias bagunçando tudo e encontros potentes e transformadores, tanto para o lado de lá quanto para o lado de cá, assim vamos colorindo o dia a dia, meses e quando dou por mim... Último relatório do ano!
Beijo Grande
Totó!


Os Palhaços Servidores Inácio e Simplício do HSE
Papai Noel existe, ele estava percorrendo os corredores do HSE. E Dr. Simplício espalhou pra todo mundo que ele, o Bom Velhinho, não toma banho. Já eu, Dr. Inácio, explico o porque: lógico que o Bom Velhinho não toma banho porque lá no desgelo do Pólo não tem água só tem gelo. Mas fofo ele é. Será que o Papai Noel conseguiu passar pela porta dos quartos?
O pequeno balanço do ano – pequeno, pois o grande é mais caro:
O Luiz Henrique mudou de quarto. A Cida não mudou de shampoo. A Lu continua Lu. O Dr. Dudu continua de férias. A baixinha da limpeza cresceu alguns centímetros. A Dra. Camile ainda não casou. A Enfermeira Raquel não é irmã da Ruth. A enfermeira Jô ganhou na loteria. O Dr. Fabiano vai passar as férias em Porto Alegre. Eu quero ir pro Acre na aldeia do indiozinho Francisco daime forças para 2010.


Os Filhos do Salgado HMSF Provisório e Invólucro

Tudo novo! Sim, este fim de ano foi uma verdadeira surpresa, conheci me perdendo dentro do Hospital Salgado Filho, ele e suas escadas, elevadores, trens enfim tudo e muito mais - o 457 que o diga. E no meio de tudo isto eu e o grande Provisório me orientando, de como me portar em tão grande e variado hospital e para onde ir. E me apresentou várias mães, crianças, pais e enfermeiras. Mas a que vou falar agora, sem citar nomes, ela tem uma forma de agir peculiar, aliás ela ia adorar a palavra peculiar, é a cara dela. Parece dura, mas não é. Parece que está com raiva e se diverte. Quer saber de tudo e não é fofoqueira. E fica oferecendo coisas da geladeira tipo H2O, isso mesmo e o Provisório sempre bebe. Agora ela já me conhece, já falamos de cabelo, número de crianças - de tudo ou quase. Sim, porque no dia que ela souber ou suspeitar da moça do CTI e o Provisório,... não quero nem estar perto do Méier.
Bem, como o Invólucro revelou a minha bigamia, pois meu amor reside no sexto e primeiro andares do Salgado, deixo claro, que assim como há abundância no meu cabelo, no meu corpo, há também no meu amor. Mirian e Adalgisa, vocês são minhas musas! E já que estou escancarando meu coração, Marisol, mesmo te vendo pouco, você também é minha musa! Sim, sou uma espécie de Vinicius de Moraes dos hospitais! E nada melhor do que citá-lo neste pequeno parágrafo amoroso:
“Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.”
Portanto, como diz a grande Palhaça Leonoura: “Amem!”
Salgados, muito obrigado! E até 2010!



Queridos todos,
Neste parágrafo encontramos o fim deste relatório que também se pretende despedir-se do ano que se finda. Inevitável o agradecimento pela parceria, pelo compromisso, pela ética, pela força, pela fé, que todos vocês dedicaram aos Doutores Palhaços. Isso não tem crise financeira que destrua. Sigamos para o km 2010 de nossas inquietantes vidas com o propósito de continuarmos a cuidar da saúde pública carioca.
Boa rabanada para todos!
Adeus ano velho, FELIZ E SAUDÁVEL ano novo!

Do fundo dos nossos narizes,

Doutores Palhaços
Cesar Tavares, Cris Brasil, Daniela Fontan, Diogo Cardoso, Eber Inácio, Flávia Reis, Florência Santangelo, Guilherme Miranda, Julia Schaeffer, Kadu Garcia e Marcos Camelo.

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